Leis da Gestalt

segunda-feira, 29 de março de 2010

termos e exemplos para interiorizar.

Para entender Gestalt

quarta-feira, 10 de março de 2010

A Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental que realizou intensas pesquisas sobre a percepção do homem sobre as formas.

O termo Gestalt se tornou sinônimo de boa forma. Talvez por causa da impossibilidade de tradução desta singular palavra ou da tendência que nossos cérebros tem de simplificar para melhor compreender. Há, porém, muito a explicar pois esta se trata de uma linha filosófica.

A Psicologia da Gestalt nasceu das pesquisas de estudiosos alemães - Kurt Koffka, Wolfgang Köhler e Max Werteimer - sobre a percepção humana, principalmente a visão. Esta doutrina traz em si a concepção de que não se pode conhecer o todo através das partes, e sim as partes por meio do conjunto.

Segundo o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels - precursor da teoria -, há duas características da forma - as sensíveis, inerentes ao objeto, e as formais, que incluem as nossas impressões sobre a matéria, que se impregna de nossos ideais e de nossas visões de mundo.

A união destas sensações gera a percepção. É muito importante nesta teoria a ideia de que o conjunto é mais que a soma dos seus elementos.

Percebemos o todo através da harmonia ou relação que todos os objetos que formam a superfície possuem.

E assim, obtemos a sensação de estabilidade, relaxamento, enfim, despertando uma sensação no cérebro humano.


Fontes: InfoEscola
DesignBlog
PalitoDesigner





passado, presente, futuro

sexta-feira, 5 de março de 2010



Discurso de Steve Jobs em Stanford

O Tipógrafo como Designer

"Navegadores e comerciantes fenícios levaram seu alfabeto - precursor do utilizado atualmente na maioria dos países ocidentais" -, conta Heloisa Jahn em seu apanhado histórico sobre o livro, em O livro da gráfica,"e, provavelmente, também de boa parte dos alfabetos das culturas orientais, para regiões com que comerciavam, que o adaptaram a seus diferentes idiomas".

No final do século 18, início do século 19 -, segundo Argan, nasceu "uma nova ordem hierárquica das atividades culturais: a distinção entre artes liberais e artes mecânicas. Liberais são as atividades que pressupõem princípios filosóficos e conhecimentos históricos: mecânicas são atividades manuais, que pressupõem uma experiência técnico-operacional".

Os tipógrafos , como John Baskerville e a família Caslon na Inglaterra, Bodoni na Itália e os da família Didot na França eram, antes de artistas ou designers, empresários que controlavam um negócio complexo e lucrativo assim como a Adobe, a ITC, ou a Font Font nos dias de hoje.

Além de desenhar, de esculpir e de imprimir, estes homens de negócios precisavam vender suas matrizes para o maior número de imperadores, príncipes, empresas e países. Também precisavam ter clientes que os contratassem para imprimir seu documentos e livros, ou de bons títulos que vendessem o suficiente para pagar os custos e dar lucro.

Eles faziam o trabalho de um designer ao criar produtos sofisticados e de alta tecnologia. Não eram apenas técnicos especialistas, eram mestres e compositores.

Mestres, porque orientavam e guiavam a percepção visual do seu tempo. Compositores, porque compunham suas páginas com intenções que iam além daqueles de atender questões de legibilidade. Aliás para eles, como para os designers contemporâneos, a legibilidade não era tudo em seu trabalho.
As quatros fontes da beleza de um caractere, segundo Bodoni

«Dos quatro aspectos dos quais emana toda a beleza de um caractere, o primeiro é a regularidade. Analisando o alfabeto de qualquer idioma, vamos encontrar não só traços similares num grande número de letras distintas, mas também verificar que podem ser compostas de poucas partes idênticas, combinadas em grupos.

Se tomarmos a média de tudo – o que não serve para distinguir uma letra da outra –, e acentuarmos tão claramente quanto possível as dife­renças mais necessárias para esta distinção, conseguiremos fixar, para determinar a forma de todas as letras, uma ordem e uma regra; surge semelhança sem ambiguidade, variedade sem dissonância, igualdade e simetria sem confusão.

[...] Em segundo lugar vêm a nitidez e o polimento, oriundos da perfeição dos buris e da fundição perfeita dos caracteres. [...] A terceira condição é a escolha das melhores formas, em concordância com o bom gosto, com o espírito da nação e o espírito do século.

A moda reina na escrita como em todas as coisas, impon­do-lhe regras, razoáveis ou não. No entanto, se não houver nenhum motivo melhor e se a moda nos deixar livres, o bom gosto irá orientado pela simplicidade — não a simplicidade grosseira que se mani­festaria em traços uniformemente espessos, mas por uma simplicidade agradável e de boa qualidade, como a que observamos no harmonioso contraste de claro e escuro em todo a caligrafia feita com uma pena bem apontada e firme.

A graça é o quarto e último requisito para com­pletar a beleza do impresso. Sabemos quão difícil é explicar o que há de atraente, encantador e delicioso naquilo a que chamamos «graça». Mas como a graça deve sempre tender a parecer natural e inerente, deve fugir à afectação e ao esforçamento, a ponto de não estar errado procurá-la no que há de mais raro e mais perfeito, no que possa ser o cruzamento dum puro dom de Deus e de uma feliz natureza, embora ela geralmente não seja senão fruto de longos exercícios e do hábito, o qual torna tão fáceis as coisas mais difíceis que, mesmo sem pensar, as realizamos com perfeição.

Um caractere será pois tanto mais belo quanto mais tiver regularidade, nitidez, bom gosto e graça

Do Prefácio ao Manuale Tipografico, Parma, 1818.


Até a invenção da imprensa por Gutenberg, todas as letras eram desenhadas à mão com penas de ponta chata, cortadas retas ou em ângulos. O modo como se segurava a pena, a posição do braço e do corpo em relação à página eram fatores que determinavam o estilo da escrita de cada escrevente.

Com o processo de industrialização, e consequentemente da mecanização da imprensa, os tipos foram sendo traduzidos para o metal levando consigo as características da escrita manual. Mas não por muito tempo.

Foi nesse mesmo período que começaram a surgir os primeiros alfabetos modernos, criados por profissionais como Bodoni e Didot. A caracterítica deste tipo são a geometrização das serifas, o eixo vertical (contrariando a natural tendência à inclinação do desenho manuscrito) e a oposição marcante entra as hastes finas e as grossas.

Essa transição de estilos nos tipos pode ser entendida como uma ponte entre o Renascimento e o mundo moderno ao antecipar as transformações que a Revolução Industrial vai provocar na sociedade. E nos mostra que todo desenho e todo design representa com precisão a sensibilidade do seu tempo.


Fonte: FERLAUTO, C. B de Bodoni. Rosari